terça-feira, 16 de setembro de 2025

Nem me fale...


Tantos assuntos rondaram minha cabeça nos últimos dias mas, acabei nem passando aqui. Porém, acredito que vir aqui hoje seria inevitável.

Sobre minha saúde, hoje foi dia de voltar no médico e ver o resultado dos exames de investigação da TVP. Desde o dia da coleta de sangue, e foi bastante sangue, pensei: Não vou olhar os exames antes do médico. Me segurei e de fato não entrei no site pra olhar e, foi a melhor coisa que fiz, se eu entrasse não ia entender nada e ficaria mais doida ainda.

Na consulta hoje o médico me vem com o descarte da trombofilia, ufa, e com uma incongruência em meus exames. Não sei se falei mas, fiz coleta para exames bem específicos que tinham por finalidade descartar também lupus ou um resultado oncológico. Daí surge a incongruência, um exame deu negativo e o outro positivo. Lá vamos nós esperar mais 3 meses para refazer os exames pra confirmar ou afirmar doença autoimune. E pra acabar de terminar, minha insuficiência de B12 nos levou pra investigação de mais uma doença autoimune. Na hora fiz a fina mas, no caminho pra casa, chorei.

Contudo, no entanto, passados os 5min de surto, voltei pro meu centro e fui buscar saber mais sobre as duas hipóteses e como lidar com elas. A parte que não gostei é saber que terei que administrar uma patologia pelos meus próximos 60 anos pois, viverei até os 100 anos. Outra coisinha que não gostei é saber que, provavelmente minha filha também esteja sendo acometida por uma dessas patologias uma vez que é hereditário. No mais, vamos cuidar e seguir em frente com a vida.

Uma bela bigorna caindo sobre minha cabeça.

Mas como diz a imagem, não tô nem com tempo pra surtar.


Xêro!


Naiala Ferreira


Imagem: Pinterest

sábado, 23 de agosto de 2025

Como é que faz???


 Uns dilemas de gente com tempo livre...Diriam os mais antigos mas, é real e incapacitante.

Não sei se já notaram mas vivo numa busca constante por me compreender, é o que mais vão ver aqui. As vezes acho que até gasto tempo demais com isso. Minha cabeça não para.

Algo que já sei de concreto sobre mim é que preciso falar porém, a busca por ser aceita me rouba a vida, me cala a alma, essa é outra coisa certa sobre mim.

Sempre fui questionadora e já fui mais desbocada mas com o tempo, fui parando de expressar opiniões. Não sei explicar esse medo que tenho de influenciar pessoas, medo do que elas vão pensar de mim, um eterno medo de errar. Quem acompanhou minha história de vida enxerga muito bem os motivos de eu ser assim mas, porque apesar de saber de tudo isso, sigo com medo?

Logo minha cabeça me grita: O que você acha não importa! Não vai mudar ninguém.

Sou uma mistura de força e medo. Ao mesmo tempo que pareço ser capaz de enfrentar tudo, sofro com medo de que não gostem de mim. Deus, como já me prejudiquei por isso. O quanto já me doei pra provar que eu merecia ser parte de algo, não tá no gibi. Como já abusei de mim mesma e já permiti que os outros o fizessem para ser aceita e, olhando da ilha, coisa que hoje consigo fazer, vejo que me machuquei por tão pouco. Por coisas e pessoas que não mereciam nem minha presença, que dirá minha doação. Sabe o que é pior? Hoje eu sei que ninguém nunca me pediu nada. Era eu quem sempre acreditei e acho que ainda acredito que preciso fazer muito. Ainda não consegui me amar pelo que sou. Cara, onde aprendi isso?

Sabem porque vivo estudando? Porque não confio no que sei. Sabe porque me matava de trabalhar no ateliê? Porque não acreditava que entregasse algo de bom. Sabe porque hoje tenho medo de falar? Por medo de que me escutem e acredito que o que eu disser vai fazer mal aos outros.

Estou sempre aguardando aprovação alheia, com isso, parei de sentir.

Olha, aqui quem fala é uma mulher prestes a comemorar 40 anos de idade. Alguém que essa semana mesmo agradeceu por ter essa idade, por estar vivendo uma vida mais 'leve'. Pra chegar a compreensão de cada um desses pontos que listei aqui doeu. Dores emocionais e físicas, conflitos internos que me fizeram chorar como um bebê desemparado.

Como dizem por aí, somos nosso pior inimigo e, preciso descobrir como fazer as pazes comigo mesma. É horrível não ter coragem de mostrar pro mundo o que se pensa. O clichê do 'FODA-SE o que os outros pensam' tá em looping na cabeça mas, não está nas minhas atitudes e isso pesa, cansa, me sinto uma nota de três reais.

Ah mas, o seu rolê na vida é trazer harmonia para as relações, blá, blá, blá. E como faço isso sem me anular?

Enfim,

Um desabafo desconexo pois, pensei tantas coisas pra escrever aqui e foi isso o que saiu. 

Sigamos...

Xêro!

Naiala Ferreira


Imagem: Pinterest

domingo, 17 de agosto de 2025

Um novo caminho...


Na postagem anterior eu não tinha nada além de suspeitas. Após novas idas e vindas ao médico, hoje volto com o diagnóstico de TVP. De certa maneira eu já esperava, tenho cá meu registro hereditário nessa patologia e driblei a genética o quanto deu. Para além dos sintomas, a agonia de não saber o que eu tinha estava me consumindo. Vivi dias onde eu pensava na eminencia de um infarto enquanto dizia: Não tenho nada, vou viver.
Agora com o diagnóstico em mãos a reflexão do momento é, cara, dentro desses 60 dias eu poderia ter morrido em qualquer momento! 

É, acho que o Universo também achou um desperdício que eu me fosse tão cedo. Assim, bem dramaticamente escorpiana, mesclada com a praticidade do meu ascendente em capricórnio, acho que é hora de aproveitar essa nova chance.

Dentro desse contexto preciso assumir que não fui muito além de olhar de fora para tudo que estava acontecendo. Não consegui pensar num mundo sem mim, em como ficariam meus familiares ou coisa que valha. Nos momentos em que minha mente insinuava me tirar do eixo eu só conseguia pensar: Você não pode se estressar. Eu tinha todos os motivos do mundo para estar indignada com os profissionais que por diversas vezes me mandaram pra casa sem um diagnóstico. Ou poderia ter entrado em parafuso pensando na dor da minha família mas, nada disso aconteceu. A dúvida que fica é, entrei em estado de indiferença ou ataraxia?

Dado o diagnóstico, sigo medicada e tateando minhas novas possibilidades, tomando conhecimento do que posso e do que não posso de agora em diante.

Será que estou aprendendo a viver um dia de cada vez?

Até logo,
Xêro!


Naiala Ferreira


Imagem: Pinterest

 

sábado, 9 de agosto de 2025

Entonces...

 


Falando em morte, essa semana parei um tempinho pra repensar a vida. O corpinho em que habito vem dando defeito e defeito sério, cheguei a quase desmaiar e fui parar na UPA. 

Ao repensar a vida me fiz perguntas, pensei em coisas que deixei de fazer e também cogitei a possibilidade do meu corpo estar me dando um sacode pra que eu me oriente e viva o que tenho vontade de viver sem me preocupar com o olhar alheio.

Costumo dizer que não tenho medo da morte mas, me peguei pensando no desperdício que seria se eu morresse agora, sou um ser humano tão legal de se ter no Mundo, dadas as devidas proporções entre qualidades e defeitos.

Sobre os sintomas me peguei pensando: Quero estar doente? Pq estou em busca desse diagnóstico? Estou ouvindo minha intuição ou querendo confirmar meus traços genéticos? Seria esse um tipo de lealdade sistêmica? Pq não só deixo pra lá e sigo minha vida? 

Os médicos insistem em dizer que não tenho nada. Fiz exames, passei em 04 médicos diferentes e apenas um deles me disse: Tem coisa errada aí sim, vamos investigar. Onde estou me apegando? Em uma mão tenho sintomas, inclusive incapacitantes. Na outra mão tenho exames limpos como do corpo de um bebê. Um amigo psicólogo e outros tantos leigos cogitaram ansiedade. De modo geral nunca tenho nada e agora, de repente, sinto tudo, inclusive taquicardia e falta de ar.

Meu corpo não está falando, ele está GRITANDO comigo e ainda não fui capaz de decifrar seu idioma.

Dizem que quando nos sentimos seguros após muitos anos vivendo em 'luta ou fuga', o corpo relaxa e manifesta doenças antes retesadas. Seria esse o rolê então?

Enfim, tenho lá meus candidatos à diagnóstico e volto ao amado SUS amanhã em busca de ajuda. Por hora você e eu sabemos o mesmo, ou seja, nada, sobre o que está rolando. Espero retornar aqui com boas novas.

Acabei de voltar a escrever neah, não seria boa hora para morrer :).


Xêro!

Naiala Ferreira


Imagem: Pinterest

terça-feira, 5 de agosto de 2025

Estou de volta pro meu aconchego...

 


Então,
Tamu de volta!

Mil anos depois e nada mudou, meu jeito segue em pauta.

Estava eu na faculdade hoje, acabamos de retomar o semestre e na ocasião, dividiríamos a disciplina com outro curso quando fui informada de que não haveria aula pois, alguém da família da docente faleceu. De repente um colega soltou: Que triste! E espontaneamente respondi: Não estou triste. Primeiro que morrer é da vida e segundo, nem conheço a professora.
Quando olho pro lado tinha uma colega de sala que não me conhece ainda, com os olhos arregalados após ouvir minha afirmação. Pensei, choquei mais um.

O assunto morte SEMPRE me ronda e tenho que lidar com o medo que as pessoas tem de falar sobre o assunto. Vá lá, bóra botar a culpa no meu signo, escorpião ou seria o fato de aos 16 anos ser órfã de pai e mãe, o que me fez experimentar o desapego a força.

Tenho em meu braço uma tattoo de caveira mexicana. Ahhh, já veio gente até mim perguntar o porque e as pohas. Lá fui eu explicar o rolê, informar a pessoa de que a caveira é um símbolo de celebração à vida, que morrer é nossa única certeza, que só temos o momento presente e é preciso aproveitar a vida, blá, blá, blá...

'Coincidentemente' a vida me levou pra uma graduação, a Gerontologia, onde propomos a gestão da vida e nesse contexto inclui a organização da própria 'morte'. Você já parou pra pensar em algo assim? Já planejou como quer seu enterro? Como quer que seus bens sejam divididos? Tenho quase certeza que não mas, tenho 99% de certeza de que viveu ou conhece histórias de pessoas que não planejaram sua partida e entre os familiares foi briga por cima de briga. Eu já vivi isso e foi péssimo.

Enfim,
Não sei mesmo explicar porque a morte não me choca. Não tem nada a ver com não sofrer por alguém que se vai mas sim com compreender que é fato consumado, e que materialmente falando, tudo que nasce morre. Quem fica precisa seguir.

Semana que vem tem aula e pode ser que eu tenha conseguido um fã ou um hater por causa do meu jeitinho de ser e, vou ter que conviver com isso, rs!

No mais, sigo não garantindo nada quanto ao meu retorno ao blog. Sei que preciso falar, literalmente falo pelos cotovelos, se assim pudesse ser, adoeço se me calo e, para um bom convívio em sociedade, de repente a melhor alternativa seja esvaziar minha mente aqui, escrevendo.

Termino o contato de hoje dizendo que o que rege esse espaço são as vozes da minha cabeça, ou seja, se quiser rir/refletir comigo, chegue. Para algo além disso, amplie seu leque de pesquisas e se informe com base em evidências.

Xêro!

Naiala Ferreira 



Imagem: Pinterest